sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entrevista Cultura Independiente

Entrevista d'Orfeu
Web Cultura Independiente


1. A Associação d'Orfeu existe desde 1995, ano exacto da criação do Ministério da Cultura propriamente dito, com o objectivo de impulsionar novas oportunidades para desenvolver programas culturais mais vanguardistas. Coincidência ou casualidade?

Mera coincidência. Pode, quando muito, querer dizer que àquela época terá sido incontornável, tanto nos gabinetes institucionais como nos pequenos movimentos de artistas que se associaram, o impulso por uma estruturação formal das artes e da cultura.


2. Podemos considerar o vosso projecto, um projecto já consolidado e sustentável? Desde 1995 quais têm sido as maiores dificuldades, os maiores desafios e as conquistas mais saborosas?

A consolidação e sustentabilidade do projecto, das suas marcas, essa é uma realidade ao fim de 15 anos. Já ao nível estrutural e financeiro, tal depende sempre de doses cavalares de criatividade e utopia, pois os recursos são escassos para tamanha actividade e responsabilidade. O grande desafio é, pois, a sobrevivência estrutural por forma a manter um hábito de conquistas culturais - que já são tantas, não sendo sequer possível destacar – que garanta um futuro de realização profissional e artística à sua equipa, bem como uma contínua oferta de referencia para o público.


3. Do vosso orçamento, que percentagem representa o apoio concedido por parte do Ministério da Cultura e o apoio concedido por parte do Município de Águeda?

O tripé financeiro é constituído, grosso-modo, por um terço de financiamento estatal, via MC / DGArtes (no âmbito dos Acordos Tripartidos), outro terço pelo conjunto de Protocolos com Municípios parceiros (Águeda, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Ovar e Sever do Vouga) e, por fim, um último terço de auto-financiamento e receitas próprias.

4. Descreve o impacto sócio-económico que a actividade da Associação tem tido na área centro do País e indica quais são os factores de observação.

A proposta artística da d'Orfeu assegura uma oferta cultural de carácter identitário mas com
vocação contemporânea, fazendo a síntese entre a tradição e a inovação, sendo um parceiro
estratégico e dinâmico para o débito cultural da região, respeitando por um lado as suas
idiossincrasias e, por outro, estimulando a educação cultural das populações, em complemento das políticas culturais locais. Além disso, concretiza as mais-valias de uma concertação intermunicipal para uma oferta cultural de referência, com benefícios locais e economia de escala resultantes de uma estratégia de programação em rede.


6. Como analisam o sector cultural independente em Portugal e quais são as estratégias para consolidar um projecto cultural independente? No âmbito da crise económica generalizada de que modo este sector pode tirar proveito?

Através da singularidade das propostas, por um lado, e da exigência qualitativa, por outro. Por mais que os tempos tendam a privilegiar o consumo em detrimento da fidelização, o entretenimento em vez do sentido artístico, o sector cultural independente fará a diferença se se mantiver fiel à sua missão, sem concessões. Caso contrário, não será cultural, muito menos independente.

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