domingo, 6 de abril de 2014

REPORTÓRIO OSÓRIO | Discurso Direto

Reportório Osório é a mais recente criação d’Orfeu. "Canções com Umor" é um disco que chega ao mercado com edição d'Eurídice. Esta aposta do braço editorial da d'Orfeu, conta com produção, gravação, mistura e masterização de Rui Oliveira e ilustrações, direcção editorial e grafismo de Léa López. O projecto começou a apresentar-se ao vivo em meados do último ano, tendo obtido o 1º Prémio do Festival INATEL 2013 e realizado cerca de uma dezena de apresentações, acolhendo as primeiras excelentes críticas e fazendo seguidores pelo país. Luís Fernandes, apresenta em "Discurso Direto" as "Canções de Umor", uma colecção de canções, um desfiar de histórias pessoais no masculino, quase sempre íntimas.

Portugal Rebelde - Depois d´Os Toques do Caramulo, esta é a mais recente criação d´Orfeu. Como é que surgiu a ideia para este Reportório Osório?

Luís Fernandes - Surgiu a partir de músicas do compositor Luís Cardoso, então concebidas para uma fanfarra de sopros e para um espectáculo instrumental que nunca chegou à cena. A minha convivência com uma gravação de ensaio levou-me ao atrevimento de escrever letras para essas músicas, que eu achava e acho magistrais. Daí ao fio condutor, em que personagens masculinos discorrem os seus problemas afectivos, foi um ápice. E ao humor dessas pequenas desgraças caseiras juntou-se o acordeão da Sónia Sobral, o perfeito contraponto tanto aos homens do Reportório Osório como à ideia de uma música sofisticada não o parecendo.

PR - Neste projecto estreias-te como letrista. Queres falar-nos um pouco desta tua nova faceta?

LF - Sempre usei as palavras de forma criativa, às vezes mesmo em contextos formais. Embora músico de formação, fui desenvolvendo uma componente teatral nos projectos artísticos que me levou para um universo em que o texto é também um instrumento. Foi com alguma surpresa que me dei conta do potencial destas canções, escritas de forma absolutamente espontânea e que, à partida, para mais não serviriam que partilhar em rodas de amigos. Fui vencido e convencido pelas canções.

PR - De que é que nos falam estas “Canções de Umor”?

LF - De um punhado de homens, cada qual com o seu identificado nome, mais os seus problemas afectivos. Usando as desgraças do amor para chegar às graças do humor. Perdendo o "h" pelo caminho, que não aceitou continuar mudo.

PR - Numa frase apenas – ou talvez duas – como caracterizarias este disco?

LF - Tal como no espectáculo ao vivo, este disco é uma colecção de canções, um desfiar de histórias pessoais no masculino, quase sempre íntimas, do dilema ao dilúvio em poucas estrofes. Mas é também um objecto fantástico, gravado pelo Rui Oliveira e ilustrado pela Léa López, numa edição - mais uma - da d'Euridice, o braço editorial da d'Orfeu.

PR - As “Canções de Umor” estão na estrada com uma tour nacional de 15 concertos. Como é que o público tem reagido a estas canções?

LF - Lindamente. Andamos a percorrer uma diversidade de espaços, de auditórios a café-concerto, pelo que os públicos são também muitos distintos. E isso é uma riqueza pois, nesse contacto com tanta gente diferente, o espectáculo cresce e as canções conquistam sempre mais admiradores. Ou, pelo menos, quem se identifique com elas. E isso não falta.

PR - Reportório Osório vem provar que as relações afetivas podem e devem tratar-se com “umor”. Este, é um disco de canções irónicas ou heroicas?

LF - O heroísmo é uma ironia.
 
Portugal Rebelde | 6 Abril 2014

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